Misturando MPB, blues e rock psicodélico em novo lançamento, a Limusine Carioca mostra que o segredo de sua originalidade é não parar de tentar o novo. “Experimentar sempre.” dispara em coro o quarteto formado em 2008 por Rafael Caldas (guitarra e voz), Nando Medeiros (guitarra e voz), Vini Machado (contra-baixo) e Pedro Menezes (bateria).
“Bombardeio” é o primeiro CD dos cariocas e sucede o single “Gatas Extraordinárias”, versão da música de Caetano Veloso lançada em 2015. O disco de canções autorais foi gravado ao vivo e é um registro transparente de quatro artistas brasileiros interessados em criar e dividir o seu olhar com o mundo.
O comportamento e a natureza humana são matéria-prima para as letras ácidas e provocativas do álbum, que também conta com a instrumental “Mr. Severin Blues“. E se de um lado Vini e Pedro garantem o groove, a Limusine Carioca abusa das guitarras em duetos marcantes promovidos por Rafael e Nando nas oito faixas do CD.
Com participação especial da cantora Stella Maiques, a faixa título “Bombardeio” é o perfeito exemplo da mistura de influências sessentistas com a música de agora, e opõe amor e guerra em um blues envolvente e arrebatador.
Para o álbum, a Limusine, que soma mais de 50 músicas próprias no repertório, optou por gravar canções nunca antes executadas ao vivo. A inspiração surgiu com a entrada de Vini (2011) e Pedro (2013), entusiastas do projeto, trazendo outra consistência rítmica à nova fase.
Seja com as texturas que remetem ao Rio dos anos 1950 de “A Limusine Vai Chegar” e sua homenagem bem-humorada à criatividade do artista brasileiro, seja com os incandescentes solos de guitarra, Rafael, Nando, Vini e Pedro mostraram que a relevância artística anda de mãos dadas com o sucesso.
A turnê de aquecimento “A Limusine Vai Chegar” foi fruto da franca parceria com profissionais de diversas áreas e como resultado dessa união, os espetáculos tiveram lotação esgotada. Agora, o CD e o show “Bombardeio” já estão na pista e a Limusine Carioca provou mais uma vez que o blues pode ser pop e, ainda, o blues pode ser carioca.