Por Igor Bacelar – Guitarrista da Banda Lêmures
A primeira vez que tive contato com Wagner José foi numa ocasião em que ele entrevistou a “Lêmures” (banda onde toco guitarra). As minhas impressões não passaram de “um cara simpático”, pois não trocamos figurinhas nem nada do tipo. O segundo encontro viria a ser quando Wagner foi gravar o clipe para banda.
Guilherme (da Zamus) havia me contado com entusiasmo sobre o indivíduo que caminhava de lá pra cá pela Lapa filmando cinco sonhadores que vieram de Aracaju. Contou-me sobre uma Kombi que Wagner José e seu Bando conduziam sem destino para tocar onde desse na telha (na qual, inclusive, viajaram até o sul) se apresentando Brasil afora. Porra! Quem nunca sonhou em fazer isso por aí? Sonho… Todo esse ramo no qual todos estamos envolvidos é embebido neste elemento fundamental para a locomoção de toda a criação. Pois, para que algo se crie deve existir um projeto, uma dinâmica anterior. Os artistas chamam de sonho, um dos talentos primordiais para a criatividade, seja ele consciente ou inconsciente.
É o que sinto ao escutar as palavras deste cantor que fala sobre a perspectiva das coisas que acontecem em sua vida e que naturalmente falam um pouco sobre as nossas próprias, seja em versos melancólicos de “Viajante dos Sonhos” ou em um bem-humorado “ai, mas que saudade que eu sinto do lanchinho da mamãe de quando ela preparava uns bolinhos bem quentinhos só pra mim” do álbum “Direto” (que aliás, foi gravado totalmente ao vivo para captar com mais fidelidade a ideia da banda – uma ótima ideia!
O trabalho dessa galera é simples, leve, sem rodeios, com uma mensagem pra passar, uma voz convincente. São histórias humanas, são vivências, anedotas do cotidiano, poesia urbana com acordes. Falo isso de sonhador pra sonhador.
Por Igor Bacelar – Guitarrista da Banda Lêmures