Flávia Muniz, vocalista do Luisa Mandou Um Beijo, divaga sobre sua relação com a música, o silêncio, o corpóreo e o espiritual – Referenciando grandes mestres do saber musical!

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Fotos por Ana Rezende e Barbara Castro

Sou do tipo: quando gosto da canção, repito até gastar a faixa. Foi assim com Burinam, Candaces, Le Tourbillon(Jules et Jim), etc. Circle song (Bobby McFerrin) foi uma dessas pérolas: é um cd-carrossel. Te coloca em uma espécie de transe. O cd Canto dos povos (Bayaka) é a bola da vez dos repetecos.

Som, sentido, silêncio. Para Murray Shaffer a paisagem sonora é capaz de alterar o comportamento humano. José Miguel Wisnik é uma imperdível aula em pessoa (“O som é presença e ausência, permeado de silêncio). Kaká Werá, índio tapuia especialista na tradição Tupy-guarany, diz que cada um de nós é um som e que a civilização atual não considera o valor do silêncio.

São 23h e 36min: uma vassoura varre o chão, uma senhora está aos berros com alguém na rua, alguns cachorros latem. Não consigo escrever ouvindo canções, só Mozart. Para Plotino, a condução para o Bem realiza-se, não pelo discurso, mas na experiência e no silêncio.

É que cantar também é reza. Música é quando a gente ainda tá na barriga e ouve o coração da mãe, ouve o coração da mãe, ouve o coração da mãe. Deu pra perceber que gosto de coisas arredondas, né? Será que posso contar com o voto de vocês em Catavento?(música8)

http://radios.ebc.com.br/festivaldemusica/riodejaneiro/votacao2013

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