Batemos um papo com Lê Almeida e descobrimos um pouco sobre o cara que anda movimentando a cena carioca com muito som, bons eventos e materiais de primeira.

Fotografias por Janine Magalhães.

Fotografias por Janine Magalhães.

 

Zamus: Quando foi que você começou a tocar? Quando decidiu ou montou sua primeira banda?

: Acho que foi tipo lá entre 2000 e 2001 com um amigo que até hoje é muito meu camarada. A gente formou uma banda chamada Siameses e eu tocava batera – durante os anos seguintes eu continuei tocando, e esse meu amigo sempre deu umas paradas, mas a gente sempre fez algum projetinho nesse caminho.

Zamus: A Transfusão Noise Records é uma iniciativa sua? Podemos ligar a ideia ao inicio dessa banda?

: É, foi ideia minha sim, e veio quase dessa época mesmo! Na real, foi mais depois quando eu passei a tocar em outras bandas e conhecer um número maior de pessoas que curtiam e tocavam as mesmas coisas.

Zamus: A Transfusão que eu conheço, e acho que muita gente conhece, é a do blog. Sabemos que vocês produzem materiais próprios e até eventos que levam a marca e as bandas da galera… Mas no inicio, como era a movimentação de vocês?

: No inicio eu só queria que a gente tivesse uma marca que representasse a junção de todas as bandas amigas que produziam um bom som. A gravadora começou de fato em 2004, mas só foi lançar um disco mesmo em fevereiro de 2005 e nessa época era tudo no boca a boca e cd-r na mão entregando pros chegados e divulgando como podia. A partir do blog que eu passei a fazer contato com bandas de fora do Rio e muita gente de fora do país. Na real, fazer esse monte de amizade com bandas e pessoas de fora daqui do Rio tem sido muito gratificante.

Zamus: E foi a partir daí que outras bandas começaram a ter interesse em fazer parte da marca? Ou demorou um pouco até vocês “aceitarem outras bandas” pra integrar a Transfusão?

: Pois é, no começo as bandas da Transfusão se resumiam a algumas que eu tocava e outras de amigos. Com o tempo a galera foi acreditando na causa da mesma forma que eu acreditava – e ficava desenhando, insistentemente, um vaso com um microfone saindo de dentro dele. A partir de 2008/2009 foi aparecendo uma galera de fora, e fui muito natural essas pessoas fazerem parte da Transfusão, pois foram pessoas que antes de tudo passaram a ser amigos.

Zamus: Sobre o Lê. O que você tem escutado? Quais suas influências? O que você escuta e recomenda?

: ahh, monte de coisa. Uma piração inicial e essencial da Transfusão e minha sempre foi o Guided By Voices Mas o que ando ouvindo mesmo é Washed Out, Againe, No Age, Ciro Madd e um monte de hardcore oldschool como Hard-Ons e Rites of Spring

Zamus: O vinil, o K7 e C.D, hoje em dia, são artigos de fã mesmo. Existe uma tendência pra esse nicho e vocês produzem os álbum e ep’s de vocês nesses formatos e disponibilizam nos shows e e.t.c. Sei que a aceitação é boa e acaba fazendo parte do ideal de vocês, num todo, né?

: Poxa, na real eu sempre fui meio sonhador em querer fazer vinil e sempre fui bastante interessado em todos os formatos até por que o importante é ouvir no formato que melhor lhe agrada, né? Os cds da Transfusão sempre foram feitos de forma artesanal com certeza quem compra sabe que alguém passou horas encaixotando capas e envelopes e não foi uma máquina.

Zamus: O Faça você mesmo é a referencia do Lê e da Transfusão! Quando você pensa onde se chegou com trabalho duro e independente é gratificante? Tipo, ser reconhecido e admirado por uma galera que vai a shows, compra material e curte e compartilha. E também saber que seu trabalho é consumido e admirado por pessoas de todos os lados, dentro e fora do país.

 Lê: é difícil dizer que sim, pois eu ainda acho que tem muita coisa legal pra se fazer. Mas ainda sim, eu me sinto muito bem por conviver com pessoas que acho geniais que estão sempre remodelando o meu modo de ouvir e respirar música, por isso sim eu me sinto muito grato!

Por Márcio Maurício

 

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