Trocamos uma ideia com o André Buarque da banda Daniel e as Vadias que contou um pouco sobre a origem da banda e como encaram shows, produções e gravações.

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Zamus: Daniel e as Vadias? Explique-se!

André: Daniel e as Vadias vêm da coisa mais legal que rola em uma banda: a vontade de tocar. Nós 4 nos juntamos e decidimos tocar músicas que nos agradassem e no primeiro ano de banda era basicamente Cream, as coisas do começo do Led Zeppelin e até Rockabilly.
E quando nós começamos a criar músicas o nosso estilo variou muito, já não dá pra classificar, pelo menos eu não, as músicas de nossa autoria. Elas todas não seguem um padrão, cada uma anda do jeito como quer. Do jeito que quer. É aquele lance do Bob Dylan de que “uma música é uma coisa que anda sozinha”.
E nós somos divertidos, a banda nunca consegue cair em qualquer tédio, ao vivo ou no ensaio, por que somos 4 amigos isso é o fio condutor de qualquer boa banda, os integrantes tem que se divertir tanto quanto a plateia.

 Zamus: Mas eu perguntei pelo nome mesmo! De onde saiu à idéia desse nome, politicamente incorreto? E olha que poderíamos acusá-lo de machista? (Risos)

André: (Risos) Então, gente nunca teve uma idéia de um nome certo no começo. Eu e a Julia (a baixista) estávamos vendendo ingresso pro nosso primeiro show E a gente falava um monte de bobagem pro nome da banda, entre essas coisas saíam nomes como “Fulano e as Fulanetes” e essas composições com os nomes dos integrantes, tipo André e as Luizetes, mas um cara entendeu realmente André e as Vadias. E perguntou se era esse o nome mesmo.
Aí eu disse que não, que era Daniel e as Vadias já que o Daniel não tava lá na hora e não ia sobrar pra mim a responsabilidade E quando paro pra pensar Entre os nomes dos integrantes, Daniel é o que melhor combina com “e as Vadias” enfim, o que acontece é que o nome pegou (Risos) é um nome muito fácil de lembrar e isso ajudou muito a gente por que ninguém se esquece do nome da banda depois de ouvir.
Soa bem pra um tipo de banda que não tá com muita vontade de dar explicação.

Zamus: O som de vocês – pelo menos eu senti que é bem assim. Sem explicações – Me parece rock puro – Um pouco de blues. Além de ser bem direto mesmo. Qual foi o processo de gravação? Caseiro? O som é simples por que é o deu pra fazer ou é intencional?

André: É, com certeza, o nosso rock é um lance bem visceral. O EP é composto das nossas músicas mais antigas e talvez seja o que tem a pegada mais rock limpo, clássico. A gente gravou no CM Homestudio depois de um concurso que nós ganhamos assim, algumas coisas foram gravadas fora da casa do Caio (O Produtor do EP), mas voz e guitarras foram inteiramente feitas lá talvez por isso você sinta essa pegada mais Rock pura, direta. Agora o CD, que tem Balada do Ar Condicionado (que eu acho que é a nossa música mais Blues-Rock) foi gravado todo em estúdio. E a gente inseriu mesmo esse lance mais antigo, quase como se fôssemos caras da velha guarda (Risos)

 Zamus: E o processo de gravação do disco – tá rolando né? Expectativas?

André: A gravação em si acabou o que tá acontecendo agora é a masterização, que também é bem rápida. Estamos quase lançando e muito ansiosos! São 10 faixas que nós esperamos que sejam ouvidas por todo mundo que precise de algo novo e bom, que é o que todos dizem querer.

Zamus: Você citou bandas importantes aí na influência da banda. Mas bandas independentes – vocês curtem alguma? Pode citar?

André: Não é que não estejam aparecendo bandas boas, o que atrapalha é a pouca visualização que elas recebem. Hoje cada vez mais pessoas estão fazendo musicas boas e elas vão passando despercebidas.
Cara, as bandas independentes boas são a maior alegria pra quem também participa de uma. No processo de formação da minha banda eu achei vital separar o que era só “enrolação” do que era arte de verdade.
A melhor de todas as bandas nacionais independentes pra mim é uma que até já acabou: Os Novos Canalhas. Essa banda tinha o maior compositor que eu conheço, o Gabriel Turner, e os poucos shows deles que eu vi foram muito importantes pra ver que nada impede ninguém de fazer música boa.
As pessoas têm que ir pra frente por que o talento não depende de porra nenhuma.
É você, o seu violão, e a vontade. E quando todo mundo da banda pega a sua idéia e vocês constroem as músicas, parece que tudo começa a fazer sentido. Mas pra mim, de bandas independentes, haviam os Novos Canalhas, tem o Terno em SP* que eu tive o prazer de ver tocando no Estúdio RJ.
E outros caras cariocas, na ativa: Os Novocaines, esses são fodas, estão pra lançar o CD também (Risos), com o mesmo produtor que o Daniel… o Pepê (Pedro Paulo Monnerat) Os Novocaines tocam com uma criatividade e habilidade que é muito difícil de ver por aí.

 Zamus: E como anda a agenda?

André: (Risos) A gente acabou de participar de um concurso que foi realizado no Circo Voador, foi um sonho pra mim tocar lá. Pela frente a gente anda meio desorganizado (Risos)

 Zamus: O que é mais legal fazer shows ou gravar?

André: Shows, com certeza. O contato com o público é algo que me espanta toda vez que nós recebemos um aplauso, é demais.
Não tem outra sensação pra comparar, quando você acaba de tocar uma música com seus amigos e em seguida recebe os aplausos de pessoas que tão curtindo o seu som, é sensacional. Não tem outra sensação pra comparar, quando você acaba de tocar uma música com seus amigos e em seguida recebe os aplausos de pessoas que tão curtindo o seu som, é sensacional. A melhor parte de gravar seria divulgar também só por causa da certeza de que alguém está escutando sua música, o que também é bom demais.

 Zamus: Então, acha que conseguiram tirar alguma coisa desse processo todo? Digo, Existe uma diferença grande entre só ensaiar e compor e gravar, cumprir agenda e disputar, né?

André: Sim, com certeza. a gente só entrou sério na idéia de criar nosso espaço musical no final de 2012, quando começamos a gravar o material e digamos que ensaiar e compor é muito melhor quando você sabe que vai entrar na luta pra alcançar pessoas com as suas músicas.
Eu componho por que eu preciso compor, faz parte da minha personalidade, e eu provavelmente estaria fazendo isso sem a banda, o que só pioraria minhas composições e o meu ânimo pra escrever música. Estar em um grupo melhora tudo, e gravar, fazer shows, conquistar público é a melhor luta que existe pra se ter com outros companheiros que estão com você nessa. É muito bom conhecer as outras bandas conhecer gente nova que gosta da música que estamos fazendo. É um processo maravilhoso.
Deixa eu pensar: Eu acho que criar a própria música é algo sensacional, pela idéia de se expor as pessoas e também pelo fato de que é o melhor jeito de elevar sua voz. Espero que as pessoas que escutarem nosso CD percebam o tipo de banda que nós somos: honesta, com vontade de tocar e expor nosso caráter musical.
Hoje em dia muito se confunde entre quem tenta criar algo honesto e quem tenta garantir alguma pose ou alguma atitude. Mas o fato é que essas duas posturas sempre existiram, não tem como evitar que idéias boas atraiam outras menos verdadeiras.
O que importa é que no final das contas todo mundo tenha a chance de ser apreciado e atingir um público.

Por Márcio Maurício

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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