O mestre Ludi Um mergulha no universo do disco Cabeça de GPS do grande Udi e nos conta todos os detalhes desta obra que o tem deixado vibrado.
Sempre tive curiosidade de conhecer o trabalho do Udi – até pela proximidade fonética dos nossos nomes. Aí, fui na Zamus pra ver qual era deste irmão.
Udi tem o mundo em sua língua e os pés fincados em todo território nacional, indo de norte ao sul com várias escalas. Udi tem na cabeça um GPS, seu som tem todos os sentidos e vai a todos os sentidos. Um labirinto sonoro gostoso de perder-se. E quem não se perder está perdendo.
Está perdendo de ouvir um artista único, um artista em ebulição, um artista que usa e abusa de sua arte para que nós viajantes saiamos dos nossos bunkers e bailemos caminhando em todas as direções. Cada música que o feixe laser toca nos dá coordenadas para seguir e para nos perdemos no engendrado mundo polirrítmico de Udi. E como é bom se perder assim!
Sem mapa e sem guia, mergulhei no universo cheio de texturas, cores e sabores. E deste “mergulhotrip”, vôo cego, mas não surdo, vi que Udi não está só próximo de mim, mas sim do mundo todo. E eu sou o mundo entre um groove e uma convenção disparada pelos alto falantes.
O balanço do cara é irresistível e irretocável – Poderoso! Coisa de negão que usa toda sua carga genética cultural sem pena e sem limite para que as massas entrem na rota de sua música.
Bem, do primeiro ao último acorde deste álbum me deixei levar por este GPS e só tenho a dizer uma coisa: Muito obrigado, Udi por nos ceder com maestria e gentileza seu GPS Sonoro. De deixar-me utilizar seu GPS e me guiar por um som de qualidade sonora e poética extraordinária.
Zé Povo se quiser diminuir seu sofrimento ouça correndo este disco. Eu sou Zé Povo! E estou OUVINDO em ALTO e BOM SOM!